quarta-feira, 30 de junho de 2010


 Café quente à mão, um frio invade todo o meu corpo -- já não sei distinguir o que é vento e o que é silêncio. repouso o café sobre a mesa; estou viva. um pouco cega, mas viva. e neste momento quero que toda a minha existência se resuma a este exato segundo (que acaba de passar sem despedidas...).
não quero pensar... em nós. não quero pensar no que nós fomos... porque isso me levaria a pensar no que nos tornamos e isso me dói. dói mais do que sou capaz de suportar.
hoje quero caminhar, assim, sem ver por onde ando. quero fechar os olhos e me esconder ali, no canto da minha própria escuridão desordenada, sem pensar em nada. deixar o vazio tomar conta de tudo, devorando qualquer resto de pensamento seu que ainda pulsa, em sussurros, em qualquer lugar dentro de mim.

Beatriz Campos.

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