quinta-feira, 12 de agosto de 2010


A lua refugiou-se na montanha
deixando-nos velada claridade;
esta luz amorosa que nos banha
encheu toda a minh'alma de suprema bondade.
Senti todas as folhas se agitarem
cantando no silêncio uma canção,
e senti meu espírito afastar-se
as asas perseguindo de uma bela ilusão.
Recostado no musgo umedecido
senti o meu espírito volver;
nos sonhos nunca mais tenho sentido
a celeste doçura daquele entardercer.

Pablo Neruda

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