quinta-feira, 24 de setembro de 2009

É preciso crescer sem deixar pra trás a curiosidade e a ânsia pelo novo.

Temos que experimentar de tudo, provar sabores. Aprender a cozinhar, substituir nas receitas. Juntar tudo que não casa e ver no que dá. Experimentar as emoções. Procurar se colocar no lugar do outro, se desdobrar, exercitar a humildade. Esquecer o egoísmo, a falta de jeito, o orgulho bobo e que nos trai.

Experimentar os sonhos. Fazer acontecer. Não ter medo de tentar, dar a cara a tapa, encarar o desconhecido. Se mostrar para o mundo, continuar acreditando. Experimentar o tempo. Utilizar melhor as horas. Otimizar os estudos. Não se estressar por bobagem. Inventar outros caminhos e reinventar a rotina.
Não deixar o mesmo tomar conta.

Experimentar o espelho. Trocar o corte de cabelo. Mudar o estilo. Pintar a unha de outra cor. Comprar uma roupa mais curta. Usar um creme com outro cheiro. Experimentar a arte. Pintar, desenhar, cantar, dançar, atuar. Fazer o que nunca fez, buscar uma forma nova de ser outra, sem esquecer quem é na essência.
Experimentar a resistência. Aumentar o fôlego. Tentar ir mais longe. Enxergar mais adiante. Forçar os sentidos e a superação. Caminhar, correr ou simplesmente dar três voltas no quarteirão... Experimentar outros ares, conhecer pessoas, descobrir novas culturas. Viajar por estradas diferentes, sem mapa. Sair com uma mala, a coragem e uma garrafa de bebida embaixo do braço.

Experimentar o esquecimento. Esquecer para aprender. Ser solto para receber tudo como se fosse a primeira vez. Olhar um quadro por diversos ângulos. Olhar para si mesma de quantas maneiras puder.
Ver tudo como se fosse a primeira vez, experimentar o experimentável... Procurar novos jeitos e formas. Tentar de uma forma diferente. Insistir no que dá, no que o coração agüenta, no que a paciência permite. E ter a sabedoria de abandonar tudo no tempo certo, porque é preciso abandonar o velho para acariciar cada novidade. Manter os olhos abertos e atentos ao que acontece ao redor e, ao mesmo tempo saber apreciar um belo momento de olhos fechados.
Experimentar a liberdade. Ser responsável e se deliciar com o esquecimento de direção. Respirar novos ventos, escancarar as janelas e curtir o silêncio, ouvir o barulho interno. Ficar ao lado com a solidão. Aprender a amar os defeitos para conseguir enxergar as qualidades.
Experimentar o amor. Abrir o coração livrar-se das armaduras. Jogar fora os desamores. Afogar os traumas. Rasgar as desilusões.
Não colecionar rancores. Lembrar do que foi bom e perdoar o que passou, pois não volta.
Cuspir os dissabores que o tempo trouxe. Jogar fora o modelito-sou-quem-mais-sofre-no-mundo. Não ter medo de sentar no colo da felicidade.

Experimentar passar um dia experimentando, ainda que seja em pensamento - é que tudo nasce primeiro do pensar-. Mas só agindo que a gente mostra que o pensamento deu certo.

Experimentar a saudade. Algumas coisas não voltam - e que bom que não! - e outras passam rápido demais. Lembrar do que foi bom, guardar em um cantinho da bolsa e colocar na lixeira, mas próxima o que faz doer lá dentro.

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