terça-feira, 15 de setembro de 2009

"Você pode crer que se encontra inteiramente seguro e cheio de forças. No entanto, a simples tonalidade de um aposento, um céu matinal, um perfume singular que você amou um dia e que lhe traz sutis recordações, um verso esquecido de um poema que volta à sua memória, um ritmo de uma peça musical que você deixou de tocar. Digo-lhe Dorian, que é de coisas assim que depende a nossa vida. Browning já escreveu alguma coisa a esse respeito, mas nossos próprios sentidos no-lo fazem adivinhar. Há momentos, quando o perfume de lilás blanc se insinua de repente em mim, em que torno a viver o mês mais extraordinário de minha vida. Gostaria de trocar de lugar com você, Dorian. O mundo sempre nos censurou, mas a você sempre adorou. E sempre adorará. Você é o tipo que nossa época procurava e que, todavia, receia ter encontrado. Alegro-me de que você nunca tenha feito nada: nem uma estátua, nem um quadro, enfim, que não tenha produzido coisa alguma à exceção de você mesmo! A vida foi a sua arte. Você é a própria música. Seus dias são seus sonetos.”

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