domingo, 8 de novembro de 2009


As casas estão ligadas ao amor. “Tu não te lembras da casinha pequenina onde o nosso amor nasceu? Tinha um coqueiro do lado que – coitado! – de saudade já morreu”. O amor por uma pessoa começa do mesmo jeito como começa o amor por uma casa.
Vem primeiro o visível: a gente vê a casa, a gente vê um rosto, um corpo. E aquele sentimento de querer morar naquela casa, de querer morar naquele corpo … O que se imagina não pode se comparar ao que se vê. O que se vê é apenas um ponto em torno do qual a imaginação pinta a cena de felicidade. Sim, quero morar na casa, essa casa que vejo, de paredes brancas e janelas azuis porque estou amando tudo aquilo que acontecerá nela. Amo a casa de paredes brancas e janelas azuis pelos sonhos que a envolvem.
Rubem Alves in “O AMOR QUE ACENDE A LUA
– Por que a rosa não mais floresce?”

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