sábado, 28 de novembro de 2009


Olhar-se no espero e dizer deslumbrada: Como sou misteriosa. Sou tão delicada e forte. E a curva dos lábios manteve a inôcencia.
Não há homem ou mulher que por acaso não se tenha olhado ao espelho e se surpreendido consigo próprio. Por uma fração de segundo a gente se vê como a um objeto a ser olhado. A isto se chamaria talvez de narcisismo, mas eu chamaria de: alegria de ser. Alegria de encontrar na figura exterior os ecos da figura interna: ah, então é verdade que eu não me imaginei, eu existo.

(Clarice Lispector, in: A Descoberta do Mundo)

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