quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Assim é o amor. A tristeza amorosa é o vazio desejando o pleno. Sócrates inventou um mito para explicar o amor. Disse que Eros nasceu do casamento entre a “Pobreza” e a “Plenitude”. O amor é um buraco na alma. Quem ama é pobre. Falta alguma coisa. Peça desencaixada do quebra-cabeça. O sentimento amoroso é a nostalgia pelo pedaço que me falta, “pedaço arrancado de mim”. Assim são o masculino e o feminino.
O masculino é o pleno que ora pelo vazio que o abraçará.
O feminino é o vazio que ora pelo pleno que nele se encaixará. Quando os amantes se abraçam e as peças se interpenetram, os corpos se encaixam, como no quebra-cabeça. Todo ato de amor é uma realização efêmera de uma unidade original perdida.
Rubem Alves in “O AMOR QUE ACENDE A LUA
– Se eu fosse você”

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