quinta-feira, 11 de março de 2010

 

Quem fui? Que fui? Que fomos?
Não há respostas. Passamos.
Não fomos. Éramos. Outros pés,
outras mãos, outros olhos.
(...)
... e mudamos
e nunca mais soubemos quem éramos,
e às vezes recordamos
aquele que viveu em nós
e lhe pedimos algo, talvez que nos recorde,
que saiba pelo menos que fomos ele, que falamos
com sua língua,
mas do fundo das horas consumidas
nos olha e não nos reconhece.

(Pablo Neruda)

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