sexta-feira, 23 de abril de 2010

“... era a história de uma jovem descendente de quatro ou cinco gerações de bêbados, o sangue viciado por uma hereditariedade de miséria e de bebedeira, que nela se transformava num desequilíbrio nervoso do seu sexo de mulher. (...) alta, bela, de carnes soberbas, tal qual uma planta de esterqueira, vingava os vadios e os abandonados de que era produto. Com ela, a podridão que fermentava no povo vinha à tona e corrompia a aristocracia. Tornava-se uma força da natureza, um fermento de destruição, sem mesmo o desejar, corrompendo e desorganizando Paris entre as suas coxas de neve..." -

Émile Zola, in "Nana".

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