terça-feira, 20 de abril de 2010

“De repente, topou com uma mesa de três pés, toda feita de vidro: não havia nada em cima, a não ser uma chavezinha dourada. A primeira idéia de Alice foi que a chave deveria ser de uma das portas, mas -que nada! ou as fechaduras eram grandes demais, ou a chave era muito pequena; de qualquer forma, não abria nenhuma delas. Entretanto, ao fazer um segundo giro pela sala, Alice encontrou uma cortina baixa, que não tinha notado antes. Atrás, havia uma pequena porta de cerca de quarenta centímetros de altura: experimentou a chavezinha dourada na fechadura e, para sua alegria, serviu! Alice abriu a porta e viu que dava para uma pequena passagem, não muito maior que um buraco de rato: ajoelhou-se e entreviu pela passagem o jardim mais agradável que jamais vira. Como ela queria sair daquela sala escura e passear entre aqueles canteiros de flores esplendentes e aquelas fontes fresquinhas! Mas não conseguia passar sequer sua cabeça naquele buraco, e mesmo que minha cabeça passasse”,pensou a pobre Alice, de nada serviria sem meus ombros. Ah, como eu gostaria de poder encolher como uma luneta! Acho que seria possível, se eu soubesse como começar.”Tantas coisas extraordinárias tinham acontecido ultimamente, vocês sabem, que Alice começava a pensar que quase nada seria realmente impossível de acontecer. Como parecia inútil ficar esperando diante daquela porta, ela voltou para a mesa, meio esperançosa de encontrar uma outra chave, ou, pelo menos, um manual de instruções para encolher as pessoas como lunetas.”

Lewis Carroll in “Alice no País das Maravilhas”

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