quinta-feira, 29 de abril de 2010


É, eu esqueço. Um monte de vezes, eu ainda esqueço.

Esqueço os jeitos que já sei capazes de hidratar o meu coração quando os desafios se tornam mais tórridos. Como alimentar a minha fé quando o cansaço tenta desnutri-la. Como expandir o meu amor quando o medo faz de tudo para estreitar o meu olhar. Como acender jardins quando as circunstâncias parecem querer apagar as sementes. Como dizer sol quando o céu dos instantes diz um mundaréu de nuvens espessas. Como manter vívida a chama da ternura num tempo de tanta covardia afetiva.

É, eu esqueço. Um monte de vezes, eu ainda esqueço, mas não por muito tempo como antes.

(Ana Jácomo)

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