quinta-feira, 15 de abril de 2010

Eu quis influir pelo fosso mais fundo
pra içar a palavra impossível, coberta de musgo,
encravada no pântano de meu tormento.

Eu quis abrir a palavra comporta da represa
de minha alma e inundar tudo.

Quando a primeira letra explodisse,
encharcasse as narinas de bálsamo e fulgor,
seria um aterramento absoluto, por amor e fúria.

Eu percorri os labirintos da loucura
em busca da palavra una
capaz de surpreender silêncio e abismos
e lhes roubar o sentido e o pudor.

(Raiça Bonfim)

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