quinta-feira, 6 de maio de 2010


Fiz meus olhos ingênuos. E a minha alma vestiu-se
de muita luz acalmada e fecunda
sob um sol que eu sabia morto há muito.

Desci ao fundo da sabedoria e trouxe
frases serenas como um fruto em sazão plena
para ofertar-te aos lábios tristes.

Menti uma felicidade loira e linda.
Disse que a vida é boa e no caminho
há sombras de conforto adormecidas.

E esse jogo pueril de crenças ilusórias
foi para que ficasses na alegria da espera,
cantando, descuidada, como outrora.

Paga-me agora todo o bem com que viveste,
não perguntando, mesmo a ti, porque fiz isso...

Paulo de Gouvêa

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