terça-feira, 14 de setembro de 2010

Você não me verá nunca mais.
Não adiantarão retratos falados,
cães farejadores,
gps, satélites,
caçadores de recompensas.
Se pensa que ainda me fitará
Esqueça,
apodreça
feito sina de fruta em beira de estrada.
Padeça.
Perca até a cabeça.
Mas de uma coisa esteja certo
Perceberá, graças às dádivas do olfato,
Meu cheiro doce em esquinas pelas suas madrugadas
Em bares plantados em ruas mal iluminadas
Em ancas e axilas famintas por axilas e ancas.
Invisível estarei pelo ar.
Misturado a ele.
Sendo ele.
Pronto a qualquer momento para te faltar.
Asfixiar.

 Ricardo Sérgio.

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