quarta-feira, 29 de julho de 2009

Recado.

''Misteriosamente a persona se calou. Era isso:suas atitudes sobressaíram suas palavras. Apenas um olhar malicioso. Maliciosíssimo. Um brilho nos olhos, não úmidos, nunca úmidos. Brilhinho seco era o que era. Brilho de cera polida. E, no isolamento do seu mundo, era a hora do assassinato. Matar quem matou por mil vezes, matar sem olhar para trás. Naquele cubículo de mundo, o que se fazia era pensar. Arquitetar um plano de morte aos sentimentos alheios.A dissimulação é uma arte e a conquista provém disso.Mas escuta isso: é tara, não é amor.Não pode ser amor...é tirar um pedaço do bicho, como se tirou um pedaço de mim e nenhum fragmento será capaz de completar o vazio do personagem.Talvez daí venha a sua mudez.É que ninguém deve morrer sorrindo. Cala a boca! Podem saber! A causa deve ser inconsciente. Aparentemente inconsciente.O silêncio dará conta do recado.''

Precisa-se de recados.

Por Alexandre Nasser.

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