terça-feira, 18 de maio de 2010


Essas noites que eu passo sem dormir são mais uma página em minha história, nada mais que uma lei obrigatória, de umas cenas que eu tenho que assistir. Meia noite em diante eu pego a ouvir um guarda apitando sem estilo, lá no alto da telha canta um grilo, e um rato mexendo no fogão, e o fantasma da negra solidão não me deixa sequer dar um cochilo.

Vou no balcão, tomo uma cana, acendo um cigarro, tiro um trago, e digo comigo mesmo, hoje eu pago tudo o que eu fiz com Damiana, com Rita, com Dulce, com Ana, Francisca, Maricota e com Maria, nesse instante a luz apagou, fiquei no escuro, o remorso chegou, cobrou com juro toda conta de amor que eu devia.

Tentei escrever mas não podia, com o lápis e o papel na minha mão, quis livrar-me da negra solidão, enfrentei o poder da desvantagens, quis morrer de amor faltou coragem, quis viver pra amar, faltou razão. A saudade, o stress e a depressão acataram-me os de uma só vez, tentei livrar-me deles três, tentei, pelejei, mas foi em vão.

E veio o sol rasgando as rugas do meu rosto, e cada lágrima que brotava era um desgosto que dei as mulheres no meu passado. Eu que nunca pensei em ser julgado num foro em que Deus é o juiz, condenado já estou pelo que fiz e perdi a questão de sete a zero, sem gozar daquilo que eu mais quero: o direito de amar e ser feliz.

Luiz Campos, poeta mossoroense.

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